Estávamos no ano de 1956. Angola era o sonho dourado. Tudo fervilhava, o que atraía muitos sonhadores. O café que começava a florir movimentava toda uma nova economia na região norte. Era necessário abrir estradas que penetrassem pela mata virgem até ao interior. Construiu-se assim o cordão umbilical da civilização ? Rota do Café. Tio Zé Pedro, por obra do destino, foi espetar bandeirolas nestes caminhos do progresso, em terras africanas. Um típico homem da cidade dos arcebispos, com um jeito muito peculiar de ser, tinha um fraseado muito rico?, rico em expressões próprias de um homem do norte. Com um coração enorme, usava o trovão da sua voz para não ser considerado um sentimentalão. Estava, na altura, a gerir a construção da estrada lá para os lados dos Dembos, quando recebeu uma carta do seu irmão a dizer que o seu sobrinho iria trabalhar com ele lá na obra; o Vi. Duma catrozada de sobrinhos este era o mais boémio. Um jovem inteligente mas um bom vivão, sedento de emoções próprias da sua idade! Aqui começa uma sequência de aventuras hilariantes que na companhia do Tone, um outro jovem europeu residente no acampamento, vão combater o tédio vivido no mato! ?Tio Zé Pedro? vem dar à literatura uma lufada de boa disposição, que tem Angola como palco desta narrativa baseada em histórias verídicas que a muitos fará recordar tantas outras, vividas nesta época. São memórias que continuam presentes que passando de geração em geração, preenchem muitos serões entre a família e amigos, sempre envoltos de um sentimento mágico que ninguém consegue explicar!