Pedro Barros, um resistente lutador de uma vida repleta de sacrifícios que encontra na poesia, a ansa de poder criticar de forma subtil, o mundo atual que compra e vende almas humanas, como se de meros objetos se tratassem. Depois de ter sido professor e novamente aluno, toma consciência de que a violência humana está ao virar da esquina, e que na maioria das vezes nos bate à porta sem pedir permissão, fazendo de nós a próxima vítima que sofre isoladamente e copiosamente sem ter culpa. À medida que avançamos no conteúdo literário deste livro, apercebemo-nos que a sequência de quadras aqui presente não existe, pois cada uma das quadras reflete um tempo que é apenas um sinónimo do estado espírito do autor num determinado momento da sua vida. Todas as quadras são, sem qualquer dúvida, o espelho de alguém que visa a partilha total de experiências vividas, as quais poderão funcionar como uma mais-valia no entendimento de tudo aquilo que nos rodeia e que raramente nos leva a ajudar o outro ou a ter um gesto altruísta, que nos dias que correm, é praticamente inexistente. Se por acaso, se considera alguém capaz de usar versos como se fossem espadas ou lanças que laceram alvos específicos, então certamente está no bom caminho para entrar em contacto com algo que lhe poderá mudar a perspetiva que detém até então, sobre a humanidade.