Tenho ouvido dizer a muitos, que um diário nunca corresponde à verdade, a toda a verdade de quem o escreve. E assim é. O temor de perder-se o respeito por si mesmo, desvia o autor daquilo que muitas vezes gostaria de dizer e não diz. Cala. Por amor próprio. Que nem tudo o que se pensa e faz merece ser dito. Mas muito do que fica escrito é do foro íntimo de quem o escreve. E quando se retrata um autor, perante os seus leitores, será sempre por afeição que lhes oferece o exorcismo da sua vida. E por isso mesmo, também, a sua verdade.