Diz o meu nome outra vez, é tudo o que te peço hoje, quando já nada resta de mim senão cinzas nas tuas mãos abertas, a nossa morte anunciada dançando nos teus olhos já distantes, os meus passos incertos na tua estrada deserta. Chama por mim, como no primeiro de todos os dias, como nessa noite abençoada e quente em que os nossos olhos se conheceram e a tua luz me inundou o peito trémulo de esperança breve e de amor renovado. Grita o meu nome outra vez, é o meu último pedido, rasga a minha pele cansada com as tuas palavras amargas e os teus gestos cinzentos, sussurra-me mentiras doces e promete-me a tua Alma remota e impossível. Lambe-me as feridas mortais com os teus beijos ausentes.