Em Escargots e Banho de Gato, a autora narra, com bastante humor, sua vida de estudante como bolsista do governo alemão. Acostumada a conviver com o preconceito e a discriminação racial no Brasil, ela se surpreendeu com o relacionamento solidário e fraterno com que foi recepcionada. Viver na Alemanha foi para Graziela de Oliveira uma experiência nova e gratificante. Ela não esperava que os alemães lhe concedessem um tratamento sem ranço de superioridade. A surpresa não foi pelo fato de serem alemães, mas de serem brancos, em relacionamento com uma negra. À diferença do Brasil, na Europa, ela foi tratada como se sua cor da pele não fosse importante, como se ela fosse uma pessoa qualquer, ou melhor, simplesmente uma pessoa. Não deixou, contudo, de ser alvo de curiosidade. Em uma viagem de trem a Freiburg, uma senhora perguntou-lhe se podia tocar-lhe. Ela com certeza queria certificar-se que a negra era mesmo de carne e osso.