A portada deste livro deixa claramente transparecer o objectivo que o norteia, ou seja verter para letra de forma uma acepção ou leitura nova, aliás, inédita de Fanga, romance de Alves Redol. E, assim, o autor postergou o carácter apologético do romance, já exaustivamente glosado, para exaltar a vertente antropológica da obra. Isto com manifesto e vultuoso ganho para a história social da vila da Golegã, na década de quarenta. Redol como, de resto, o autor, na sua esteira, fundaram este inventário de memórias e reminiscências no testemunho presencial e na tradição oral, uma forma não despicienda de reconstrução do passado. O mais que se vê deste livro é um glossário apenso, prontuário auxiliar ou vade mecum indispensável na leitura e compreensão do romance. E também um rol das alcunhas dos habitantes da vila, condimento essencial para a contextualização dos sucessivos andamentos da obra.