Nos últimos trinta anos, a face do país mudou consideravelmente e os investimentos em infra-estruturas muito contribuíram para essa mudança. Porém, várias questões permanecem por responder. Será que aqueles investimentos se justificaram? Ou foram dominados pelo desperdício? Será que mais investimento seria irrelevante para a economia e negativo para o Orçamento do Estado? Ou, pelo contrário, justificar-se-ia uma continuação deste esforço, mesmo no actual contexto orçamental? O objectivo deste ensaio é o de reflectir sobre os factos e o enquadramento financeiro dos investimentos em infra-estruturas, sobre a sua importância para o país e sobre a necessidade de um sentido de responsabilidade orçamental e de rigor na sua selecção e execução. As avaliações e propostas aqui apresentadas são fundamentadas nos factos e equilibradas no seu conteúdo, características que tanta falta fazem no debate sobre o futuro dos investimentos de iniciativa pública em Portugal.