Vivemos uma crise que afecta todos, mas não todos de igual forma. Alguns entre nós já não se bastam e o Estado não lhes chega. Voltam-se para a família, quando têm família. Mas se o Estado encolhe agora, as famílias encolheram antes. E se a ausência de planeamento familiar gera pobreza, a queda drástica da natalidade gera também problemas económicos e sociais. Para compreender como chegámos aqui e para encontrar uma saída, é necessário, mas não suficiente, falar de dinheiro. Apurar responsabilidades exige uma reflexão ética sobre a família e o trabalho. Este é o tema do presente ensaio.