O interesse da Farsa dos Almocreves ultrapassa a simples comicidade da cena central, o hilariante e desconexo diálogo entre dois almocreves, possuindo, apesar de uma história textual que imaginamos complexa, muitas das particularidades que individualizam a obra dramática de Gil Vicente no contexto do século XVI português. Utiliza com completa liberdade recursos dramáticos da rica tradiçao espetacular medieval e personagens-tipo facilmente reconhe-cíveis para realizar uma crítica social e política muito concreta, visando denunciar o "diabólico" conceito de "aderência".