O mar foi um factor essencial ao desígnio político primordial do Estado Novo: a manutenção do império ultramarino. Depois de afastado esse desígnio, com o 25 de Abril e com a adesão europeia, o mar foi dispensado das grandes opções políticas e económicas nacionais. Por isso, ainda hoje somos marcados pela ideia de que o mar é sinónimo de «passado» ? e, assim, continuamos a virar-lhe as costas. Ora, a par da língua, o mar é um dos maiores activos que Portugal possui. Projectado sobre o oceano e prolongando-se nos seus arquipélagos atlânticos, Portugal dispõe da maior região marítima da União Europeia. O «mar português» é, aliás, dos mais vastos do mundo. É tempo de sabermos conjugar a economia com a nossa geografia e aproveitar os seus recursos. Através deste ensaio, procura-se evidenciar o potencial do mar para a nossa economia, dando um contributo para a visão estratégica que os portugueses devem ter quanto ao seu futuro.