Por vezes, ralhava consigo própria. «O que é que me deu? Não estou boa da cabeça, ando aqui toda alvoroçada por causa deste rapaz que me atrai duma maneira disparatada, o que é que ele pensará de mim?» Mas sempre que ele fazia parte dos convidados do irmão, não perdia a oportunidade de ficar junto dele à mesa ou de estar perto do grupo que se reunia à conversa, fosse qual fosse o assunto. O que lhe interessava, era realmente vê-lo, olhá-lo, tocar-lhe sempre que a ocasião se proporcionava sem despertar suspeitas. «Será que estou apaixonada? Na minha idade, era só o que me faltava! Mas o coração não envelhece, esse é que é o grande drama, e o meu bate acelerado num desvario, de cada vez que fito o Luís Filipe...»