Argumento de Moises
Tal é a lição da viagem para a qual o autor nos conduz, das margens do Nilo ao limiar do quinto milénio. Os cinco pórticos da obra envolvem-nos em jeito de prelúdio a uma viagem iniciática pela noite dos ídolos, fora das servidões da escravatura. Apenas a liberdade pode fazer do velho homem um construtor da aliança salvadora firmada no Sinai entre escravos libertos e o seu Elohim, o Ser inefável, matriz transcendente de todo o ser. O autor analisa o impacto do pensamento moiseístico na história de Israel, da Igreja, do Islão. Por uma vez, a turbulenta família dos filhos de Abraão põe-se de acordo sobre um grande profeta e sobre a sua utopia maior, a de uma reconciliação universal do homem com o homem. Chega o momento do regresso do recalcado, numa Jerusalém revisitada em que o novo Israel, reconciliado com a Cristandade e com o Islão, na unidade transcendente do Deus nomeado da Bíblia, se abrirá aos grandes sopros do Espírito para uma necessária mediação entre as nações e os Deuses do universo. O povo da Aliança conta, fora de qualquer fronteira nacional, ética ou religiosa, todos os homens, obreiros da paz e da equidade; a terra inteira é a sua terra prometida. Mais do que uma biografia, trata-se de um manifesto necessário à compreensão do passado e às eclosões do século que começa.0