Argumento de I.vida Do Espiritopensar
'A vida do espírito' constitui o testamento filosófico de Hannah Arendt. Nesta obra, terminada poucos dias antes da sua morte, em Dezembro de 1975, encontramos a elaboração ética da sua visão da história e da política. Aqui, a teorizadora do fenómeno totalitário interroga-se, à luz da filosofia clássica, sobre as raízes da banalidade do mal que se revelou em Nuremberga como a figura da tragédia política. Este questionar nasce, assim, do encontro original entre uma reflexão em que o logos filosófico é o instrumento de um pensamento do fato histórico e político do século XX, o totalitarismo. De alguma maneira trata-se de uma interrogação acerca das condições de possibilidade éticas e conceptuais - pensamento e a vontade - do fato político, algo como uma crítica da razão prática à luz do destino histórico moderno. Preciosos documentos para quem pretende compreender a unidade subjacente do pensamento de Hannah Arendt, 'A vida do espírito' propõe um objeto discursivo original, ao mesmo tempo intemporal e imerso na história ligando os desafios do presente político aos do passado filosófico. Esta genealogia ético-política da monstruosidade no elemento da racionalidade desemboca numa metafísica histórica da teoria e da praxis, da idéia e da aparência cuja questão cardinal é, no fundo, a do mal político.0