Tinha vinte e quatro anos e um passado repleto de sonhos comezinhos que se perdiam no nevoeiro, uma vida pela frente e era engenheiro. O pai era mineiro. O monóxido de carbono, o silêncio e a escuridão dos túneis erodiram-lhe a capacidade de diálogo e o conhecimento das regras estabelecidas de convivência social. Estalatificou-se-lhe a essência de ser. Animalizou-se. E a nebulosidade que ocultou o sol ao longo da vida deixou morrer o brilho dos seus olhos castanhos.