No presente trabalho, procura-se abraçar, do ponto de vista teórico-conceptual, os diversos prismas que definem os conceitos de pobreza, desigualdade, estigma, identidade social, exclusão e inclusão, numa análise eminentemente territorial e urbana. A necessidade de compreender as referidas problemáticas resulta de um conjunto de reflexões realizadas em torno do direito à cidade e direito à habitação, assim como das suas repercussões na composição do espaço urbano, criando um território simultaneamente excluído e exclusivo. A análise prática do trabalho recai no Plano de Urbanização do Alto do Lumiar, espaço comercialmente conhecido como Alta de Lisboa, desenhado em meados dos anos 90 e publicado em Diário da República em 1998. Planeado para ser a nova morada de cerca de 60 000 residentes, é um dos maiores projectos de expansão urbana a nível europeu das últimas décadas, assentando a recomposição socio-urbanística nas premissas do novo urbanismo e da mistura social induzida. O trabalho pretende responder qualitativamente aos seguintes pontos: a) De que forma as populações realojadas melhoraram a sua inclusão na sociedade?; b) Qual a satisfação geral daqueles que, nos últimos 15 anos, compraram casa na Alta de Lisboa?; c) Como se processam actualmente as interacções entre os dois grupos de residentes neste espaço (i.e. realojados versus novos-moradores)?; d) Quais as estratégias mais indicadas para a correcção dos problemas encontrados?; e) Que futuro para o projecto da Alta de Lisboa?