Segundo o autor, os poetas sabem que não há espaços ordinários enquanto deambulamos na vida: o ser-se corpo ganha uma densidade nova nesse caminhar entre o visível e o invisível do olhar e entre cartografias inexistentes que os passos vão desenhando em errância. Onde está a linguagem deste silêncio denso? Como dizer os gestos, a cor, o novo de cada passo e o subtil devaneio que chega ao olhar e abriga? Onde está a língua que não exprime mas que compreende, que não é discurso mas experiência? Onde está a língua da nudez e do caos que ensina a criar, a ser resistência? Como retornar à poesia perdida da infância? O autor deseja, então, que os poemas deste livro, e todos os poemas de todos os poetas, fortaleçam uma subjetividade criadora que tente viver no limiar das respostas possíveis.