?O cavalo que arrumei para X. era pequeno, mas muito arisco, gostava de sair trotando e era necessário muito controle nas rédeas para dominá-lo. O domingo estava muito bonito, sem nem uma nuvem no céu, temperatura na casa dos doze graus, de modo que o sol não incomodava muito. Mesmo assim ela e eu não dispensamos os chapéus e protector solar. Nesta época, final de Maio e começo de Junho, havia neve nos topos das montanhas e costumava nevar esporadicamente, deixando a paisagem espectacular, com as folhas das poucas árvores, alaranjadas e um cheiro de inverno que se aproximava enchendo os pulmões. A neve só durava pela manhã. O sol de meio-dia já desfazia o tapete branco que havia pela manhã. O friozinho entrando pelo nariz era muito agradável. Quando eu era menino, a minha cidade tinha um clima parecido nos meses de Junho e Julho. Belo Horizonte tinha muito mais dias de frio que nos tempos atuais, ou pelo menos, na época que saí de lá, há longos quatro anos. O tempo custa a passar na montanha. Recordo-me agora, de meu tempo de colégio, quando ia alegre e feliz a pé pelas ruas do meu bairro até o colégio que ficava num bairro vizinho. Eu tinha um capote comprido que me aquecia contra os ventos frios vindos da Serra do Curral.?