De Coimbra a Nambuangongo, passando por Seia, Castelo Branco, Lamego e Lisboa, através das páginas deste romance, o autor faz-nos reviver um passado recente que marcou as vidas de todo um povo oprimido pela guerra e amordaçado pela repressão do Estado Novo. Numa linguagem simples, mas rigorosa, a leitura destas páginas faz-nos mergulhar no ambiente da transição da década de sessenta para os anos setenta, ainda conservador em costumes, mas já permeável aos ventos que chegavam da Europa e dos EUA, abrindo-se à poesia e ao amor, no advento da revolução dos cravos. A partir de um amor telúrico que se desenvolve entre o Luís e a Inês, dois estudantes universitários de origens sociais distintas, esta história tem ainda o mérito de nos ajudar a entender alguns dos comportamentos marcantes dos meses seguintes ao 25 de Abril, em que a alegria da libertação política se estampava no rosto das pessoas e se fundia nas mais variadas manifestações de amor.