Maria Archer foi uma prolífica escritora do século XX, mas hoje está imersa no esquecimento. Desde muito jovem viajou pelas ex-colónias portuguesas, experiência que se iria refletir na sua obra futura. Depois de se divorciar, sobrevive através da escrita e da colaboração com jornais e revistas. Nos seus livros defende a posição da mulher na sociedade de uma forma pouco consensual, que causa escândalo e suscita a intervenção da censura. No entanto, as suas obras têm recetividade do público, o que obriga a reedição de muitas delas. Torna-se uma figura incómoda para o regime salazarista, o que a leva a exilar-se no Brasil, onde assume a oposição ao regime de uma forma empenhada. A vertente política passa a transparecer explicitamente nas suas obras. Continua a escrever, mas recorre a outras formas de subsistência porque os meios são escassos. Regressa a Portugal em 1979 e é internada num asilo onde acaba por morrer sem reconhecer grande parte da família, em 1982. Trazer a sua vida e obra ao conhecimento do público foi o objetivo deste livro.