Vê-la assim, em roupa íntima, foi o suficiente para Alberto se aproximar e começar, como era seu hábito, por um abraço, envolvendo-a, e depois, com mil carícias e beijos e outras meiguices, atraí-la, até que Camila perdeu o controlo completo de si, deixando-se cingir num doce enlevo, perdendo-se naquele bem-querer, como se aquele fosse o último dia da sua vida. Bastava uma mão de Alberto tocar o seu corpo, que ela tremia, e se ele continuasse, a cada toque, ela desejava outro, e esse toque fazia-a, nesse instante, esquecer aquele outro que na sua face lhe doeu amargamente, mas era só nesse momento. ******* Apesar de ainda há pouco Alberto a ter coberto de carícias, seria um elixir ouvir a voz da mãe. Precisava de ouvir a voz da sua mãe, para tranquilizar. Pela primeira vez tinha saudades do seu regaço. Se pudesse, naquela hora, o que lhe saberia melhor era falar com ela pessoalmente, pousar a cabeça no seu colo, contar-lhe os seus problemas e sentir os afagos que ela lhe costumava fazer no cabelo, quando era mais menina. Mas nunca contaria à mãe o que se passava entre ela e o marido, não ia preocupá-la com os seus problemas.