Grécia e Roma dão início a este percurso, oferecendo dois modelos antagónicos de cidade: a pólis grega, de natureza étnica e, por definição, endogâmica e estanque; e o modelo legalista da civitas romana, uma cidade cuja essência programática a leva a abrirse e a crescer inexoravelmente. Herdeira do modelo romano, a cidade moderna europeia debate-se entre a sua condição de cidade-lugar para morar, de espaço de acolhimento e encontro de uma comunidade, e a sua condição de máquina, de cenário de intercâmbio e espaço de negotium. Mais tarde, na metrópole contemporânea, a produção e o mercado marcam o desenvolvimento da cidade e restringem definitivamente as marcas da história através da delimitação dos centros históricos.
Hoje habitamos a pós-metrópole, a cidade-território. E, embora os nossos corpos continuem a reclamar a necessidade de lugares, a pós-metrópole impõe uma geografia que se desprendeu de parâmetros espaciais para impor os temporais, onde os edifícios se transformam em acontecimentos e as distâncias em tempo. Apresentação Capítulo 1. Pólis e civitas: a raiz étnica e o conceito dinâmico de cidade Capítulo 2. A cidade europeia: entre lugar para morar e espaço de negotium Capítulo 3. O advento da metrópole Capítulo 4. A cidade-território (ou a pós-metrópole) O corpo e o lugar Espaços fechados e espaços abertos O território indefinido Espaço e tempo Um indicador: a polivalência dos edifícios Capítulo 5. A perspectiva gnóstica: o habitar humano entre a terra e o céu Capítulo 6. Para acabar em. beleza