Argumento de A Cidade Do Homem
Qualificamo-nos de modernos, pensamo-nos como modernos, ou seja, como diferentes do homem simplesmente homem. Assim, o homem moderno não quer ser mais do que um homem e ser, também, uma coisa diferente de um homem. Uma dualidade ou duplicidade que esta obra trata e analisa. Pierre Manent defende que a consciência e o desejo de ser moderno se devem a uma contradição anterior não resolvida, que a 'modernidade' encobre e da qual vive - aquela que existe entre a cidade e a Igreja, entre o paganismo e o cristianismo, entre a natureza e a graça. O homem moderno é aquele que rejeita as virtudes cristãs, em nome das pagãs. Ele é aquele que, refutando Atenas por Jerusalém e Jerusalém por Atenas, não cessa de desejar e de aperceber ao seu alcance uma terceira cidade que não pára, contudo, de lhe escapar - a cidade do homem. A ilusão específica do homem moderno, isto é, a ilusão do futuro, é tomar essa dupla negação por uma afirmação. E a ambição desta obra é, precisamente, dissipar essa ilusão. Um livro que toca em domínios pouco estudados mas que se descobrem cada vez mais necessários de descortinar.0