Tudo é imortal enquanto permanecer na memória dos vivos.
Partindo desse pressuposto e logo após a angustiante certeza de que o Arsenal, tal como eu o conhecia, estava irremediavelmente condenado à extinção, senti a necessidade imperiosa de contribuir para a preservação da sua memória colectiva.
Na história ficará o estaleiro naval de construção, reparação e manutenção, situado no concelho de Almada, que durante mais de setenta anos - oficialmente de 3 de Maio de 1939 a 31 de Agosto de 2009 - constituiu um garante da operacionalidade dos navios da Armada. Todavia, o Arsenal foi muito mais do que um mero estaleiro que se possa resumir numa definição assim tão redutora. É um vasto mar de histórias de mais de doze mil pessoas que ao longo dos anos cultivaram a identidade Arsenalista, transmitindo-a de geração em geração. (in Nota introdutória)